domingo, 30 de janeiro de 2011

CONFESSO

CONFISSÃO

CAMINHO POR LINHAS TORTAS

NA VERDADE SEMI RETA

FALO NO TOM DAS LINGUAS MORTAS

SEGUINDO A MESMA SETA

POR TUDO QUE DE MAIS SAGRADO É

DESARRANJO A SUA META

JURO COM TODA A MINHA

SEM BARULHO E INQUIETA

POR ESCORRER LÁGRIMA TANTA

NÃO ESCOLHO, SOU DIRETA

TENHO VOZ QUE JÁ NÃO CANTA

NA FRESTA DA PORTA, DISCRETA

ALMA QUE SE MOSTRA NUA

TRAGO NA TESTA UMA VERDADE CRUA

CONFESSO NUNCA TER SIDO TÃO SANTA

JURO NUNCA SER SOMENTE TUA

sábado, 29 de janeiro de 2011

JANELA FECHADA

Feche a janela amor
lacre a entrada
tape a saída
pegue a estrada
não se desculpe
não diga nada
cale no peito
os passos na escada
não minta
não sinta
não engane
não abra a porta
não há palavra
pra dor que é morta.


domingo, 16 de janeiro de 2011

REFLEXÕES


pensei sobre todas as palavras
as ditas, não ditas, as ditas e retiradas segundos após serem pronunciadas.
Pesei todas as medidas...olhei por todos os ângulos, as tuas mentiras,as meias verdades...
Vi como é vazio o teu copo,como é superficial as desculpas que sugere a ti mesmo. O quanto soa falsa a tua preocupação, o quanto, não entende sequer o que diz...Hoje às 8 e 56 da manhã esvaiu a última gota de qualquer possibilidade desse rio. Hoje às 8 e 56 da manhã esvaíram-se os guardados de minha caixa de segredos ,onde depositava o que de mais especial guardava para você.Hoje às 8 e 56 da manhã perdi toda a crença que supus poder ter...desilusão,decepção...Você se foi , agora sim posso ir...Sem culpa. Às 8 e 56 da manhã de um dia 16 de janeiro de um tempo que já não vai mais valer à pena lembrar. invisivelmente me posto.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

SENTIMENTO


Tempo vazio


Dias tão iguais
barulho, clima e coisas banais
dias tão iguais
pessoas , clima ,acontecimentos fatais
dias tão banais
o vento na janela
o silêncio nas grades da cela
a mesma chama da vela
o barco sumindo no cais
dias tão banais...



Música

O ouvido aguçado
percebe os sons dos pingos
nas cordas do instrumento
o olho cego apenas chora o lamento
o ouvido espantado entende o som
o olho cego apressado não entende o tom
a letra da música fala mas não diz
o coração não entende que é tarde
demais pra ser aprendiz
no caminho longo do tempo curto
chora o tempo perdido do que não fiz...
Então vou escrever a palavra
que nunca escrevi
entender o verbo
invertido
que nunca fingi
escutar o ditado batido
que nunca entendi
apagar da memória arredia
a fatal melodia que vem de ti ...

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

TALVEZ(em construção)

Nem uma lágrima sequer
nem quando for nem quando vier.
Esquece a dor do peito e parte,
esquece a febre que atormenta e arde.
Não reclame, não me chame!
some agora
enquanto escuro,
foge escapa
por cima do muro.
Não, nem por um instante
rogue minha calma
não queira ver o peso que carrego em minha alma....


HOJE

Hoje aprendi
não sei nada
tudo aquilo que jurei
era conto de fada
tudo que não era meu
dei
vida do vizinho sim
cabe melhor em mim
não sou tua
nem minha
do jeito que vim
vou
sozinha

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

VAZIO

Onde me encontro ?
nem sei onde me perdi
em que paragens me esqueci
onde mesmo deixei de me despedir
sai nua
fiquei crua
seca
dura
sei que longe, bem longe...
não , nunca me pergunte... onde.


RIO

Tem um rio mudo
correndo dentro de mim
em suas margens
paradas obrigatórias
um choro surdo
um grito agudo
que lateja
uma correnteza que navega
um barco errante
sem bote salva vidas
sem vida
sem nada